| Posted in inspirações | Posted on 22.6.09

Mais uma vez, discutindo sobre a influência dos antigos na arquitetura e decoração. O foco de agora é a polêmica surgida sobre a utilização dos ladrilhos hidráulicos, tão utilizados nas casas de nossos avós, nas fazendas do início do século XX, nas casas modernistas dos anos 1950. Primeiramente, um breve histórico: Pode-se dizer que o ladrilho hidráulico é parente dos mosaicos bizantinos e daqueles desenvolvidos pelos muçulmanos em suas obras arquitetônicas, como os encontrados em Alhambra. Trata-se de um material importante da arquitetura ocidental. Muito utilizado na Europa no século XIX, chegou ao Brasil através da importação (principalmente de Portugal); no final do século XIX, começou a ser produzido por imigrantes italianos residentes em São Paulo (a técnica foi trazida para o país por um cônsul suíço) sendo criadas ali as primeiras fábricas para o revestimento. O nome ladrilho hidráulico se deve ao fato de, no seu processo de produção, ele ser apenas molhado, não havendo a queima (a secagem é natural e demorada, sem fornos e estufas).


Sobre a sua utilização na arquitetura atual, há controvérsias. Muitos arquitetos e decoradores a defende, adoram o efeito e a versatilidade decorativa dessa utilização. Outros a execram. É isso: não há meio termo. O fato de muitos detestarem sua utilização vem do fato de o ladrilho de hoje não ser mais tão bem feito como o produzido antigamente, que não desbotava e era muito mais resistente. Mas o ladrilho de hoje pode ser bem utilizado se for preparado antes de sua aplicação (recebendo uma camada de cera) e impermeabilizado com resina. Quando eu indico a sua utilização em alguma obra, preocupo-me em escolher junto ao cliente poucas cores para a fabricação, no máximo 3. Também é importante que haja um contraste entre essas cores, não deixando cores fortes próximas a cores fortes, como por exemplo evitar o azul escuro próximo do verde musgo; prefira o amarelo ou cru para destacar as cores mais frias e escuras. Assim o desenho fica bem definido e, respeitando as orientações de colocação e manutenção, durarão por muito mais tempo.Gosto muito de utilizar ladrilho hidráulico liso para revestir uma parede pequena, contrastando com as outras do ambiente. Pode-se tirar proveito da textura irregular e do tom desbotado típico do material. Isso fica interessante, dá personalidade e um toque aconchegante aos ambientes, como a cozinha do casal (imagem ao lado). Colocado em paredes e ambientes internos, o ladrilho permanece intacto por muito mais tempo; mas nem por isso dispensa cuidados como a aplicação da cera e do impermeabilizante. Outra dica importante é sempre deixar a sua instalação para o final da obra. Por ser muito poroso (puro cimento) encarde facilmente.
Mas o ladrilho hidráulico ainda será evitado por arquitetos e decoradores que seguem uma linha mais clean, moderna e high-tech. Ainda assim, vi trabalhos interessantes em que alguns desses profissionais combinaram o ladrilho com desenhos geométricos, à la M.C. Escher, em ambientes super modernos, numa arquitetura de muito vidro e metal.
O badalado Marcelo Rosenbaum é adepto do estilo "mistureira", e tem incluido em seus projetos mais recentes muito ladrilho hidráulico. O chiquíssimo restaurante do também badalado chefe Alex Atala é um bom exemplo disso (projeto de Rosenbaum): Ainda assim existem os profissionais mais ortodoxos; aqueles que execram qualquer tipo de restauração de móveis ou qualquer utilização de técnicas antigas de construção, como pintura a cal. Para estes, o nosso querido ladrilho hidráulico deve ser enterrado e esquecido como todo o arsenal de materiais e estilos trazidos para o país de outra época que não seja a de já. Respeito e reflito. Não admiro. Mariana.
CLIQUE NO VÍDEO ABAIXO E VEJA COMO SE FABRICA UM LADRILHO HIDRÁULICO:
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