| Posted in inspirações | Posted on 22.6.09
Imagem ao lado: Residência do casal Fabiana e Fernando - finalizando a obra (junho de 2008).Mais uma vez, discutindo sobre a influência dos antigos na arquitetura e decoração. O foco de agora é a polêmica surgida sobre a utilização dos ladrilhos hidráulicos, tão utilizados nas casas de nossos avós, nas fazendas do início do século XX, nas casas modernistas dos anos 1950. Primeiramente, um breve histórico: Pode-se dizer que o ladrilho hidráulico é parente dos mosaicos bizantinos e daqueles desenvolvidos pelos muçulmanos em suas obras arquitetônicas, como os encontrados em Alhambra. Trata-se de um material importante da arquitetura ocidental. Muito utilizado na Europa no século XIX, chegou ao Brasil através da importação (principalmente de Portugal); no final do século XIX, começou a ser produzido por imigrantes italianos residentes em São Paulo (a técnica foi trazida para o país por um cônsul suíço) sendo criadas ali as primeiras fábricas para o revestimento. O nome ladrilho hidráulico se deve ao fato de, no seu processo de produção, ele ser apenas molhado, não havendo a queima (a secagem é natural e demorada, sem fornos e estufas).

Imagens acima: Vila modernista - detalhes - fonte: http://julianobarros.multiply.com/photos/album/9#Sobre a sua utilização na arquitetura atual, há controvérsias. Muitos arquitetos e decoradores a defende, adoram o efeito e a versatilidade decorativa dessa utilização. Outros a execram. É isso: não há meio termo. O fato de muitos detestarem sua utilização vem do fato de o ladrilho de hoje não ser mais tão bem feito como o produzido antigamente, que não desbotava e era muito mais resistente. Mas o ladrilho de hoje pode ser bem utilizado se for preparado antes de sua aplicação (recebendo uma camada de cera) e impermeabilizado com resina. Quando eu indico a sua utilização em alguma obra, preocupo-me em escolher junto ao cliente poucas cores para a fabricação, no máximo 3. Também é importante que haja um contraste entre essas cores, não deixando cores fortes próximas a cores fortes, como por exemplo evitar o azul escuro próximo do verde musgo; prefira o amarelo ou cru para destacar as cores mais frias e escuras. Assim o desenho fica bem definido e, respeitando as orientações de colocação e manutenção, durarão por muito mais tempo.
Gosto muito de utilizar ladrilho hidráulico liso para revestir uma parede pequena, contrastando com as outras do ambiente. Pode-se tirar proveito da textura irregular e do tom desbotado típico do material. Isso fica interessante, dá personalidade e um toque aconchegante aos ambientes, como a cozinha do casal (imagem ao lado). Colocado em paredes e ambientes internos, o ladrilho permanece intacto por muito mais tempo; mas nem por isso dispensa cuidados como a aplicação da cera e do impermeabilizante. Outra dica importante é sempre deixar a sua instalação para o final da obra. Por ser muito poroso (puro cimento) encarde facilmente.
Mas o ladrilho hidráulico ainda será evitado por arquitetos e decoradores que seguem uma linha mais clean, moderna e high-tech. Ainda assim, vi trabalhos interessantes em que alguns desses profissionais combinaram o ladrilho com desenhos geométricos, à la M.C. Escher, em ambientes super modernos, numa arquitetura de muito vidro e metal.
O badalado Marcelo Rosenbaum é adepto do estilo "mistureira", e tem incluido em seus projetos mais recentes muito ladrilho hidráulico. O chiquíssimo restaurante do também badalado chefe Alex Atala é um bom exemplo disso (projeto de Rosenbaum):
Ainda assim existem os profissionais mais ortodoxos; aqueles que execram qualquer tipo de restauração de móveis ou qualquer utilização de técnicas antigas de construção, como pintura a cal. Para estes, o nosso querido ladrilho hidráulico deve ser enterrado e esquecido como todo o arsenal de materiais e estilos trazidos para o país de outra época que não seja a de já. Respeito e reflito. Não admiro. Mariana.
CLIQUE NO VÍDEO ABAIXO E VEJA COMO SE FABRICA UM LADRILHO HIDRÁULICO:
| Posted in inspirações | Posted on 16.6.09
Aproveitando a atmosfera retrô do último post, vamos falar do estilo vintage, tão em voga. Muitos arquitetos modernosos reclamam a altos brados: "deixem o passado pra trás!" Mas tenho certeza de que designers do mundo inteiro e arquitetos de boa vontade não sofrem com esse tipo de preconceito e amam as influências passadas e celebradas na história do design.
Sempre que ouço a expressão vintage logo me vem a cabeça a famosa mesa da linha Tulip criada pelo designer finlandes Eeron Saarinen. Ou então a Egg Chair criada há 50 anos pelo designer dinamarquês Arne Jacobsen.
Mas a maior referência Vintage para a maioria das pessoas, são os pés-palito dos móveis anos 1950 dos avós ou da casa moderna dos pais recém-casados (em meados de 1960) ou aquela geladeira colorida e de formas inconfundíveis da década que celebrava a conquista espacial (General Electric, Brastemp, e Frigidaire nos exemplos). 

Na REVESTIR desse ano, minha irmã e eu ficamos apaixonadas pela linha de geladeiras lançada pela italiana SMEG. Estava instalada numa cozinha hi-tech e ficou sensacional no ambiente.
Como são desejados esses móveis. Se soubessem da dor que netos e filhos sentem ao saber que foram amontoados em depósitos sujos, vendidos a preço de banana, para serem substituídos por práticos e "muito mais modernos" armários de aço das Casas Bahia...E hoje donos de loja de móveis e decoradores se estapeiam na caça desses exemplares perdidos em feiras, mercados de pulga, brechós. Vendem como se fossem verdadeiras obras de arte (e não são?).
Já os ambientes podem receber essas peças repaginadas, cadeiras estofadas com tecidos coloridos e estampados, por exemplo; a mistura pode ficar bem interessante se combinar a arquitetura moderna, clean e arrojada, com esses objetos divertidos e cheios de história. Na casa dos cumpadi (post desse blog), por exemplo, vamos fazer uma parede do lavabo revestida com azulejos diversos escolhidos a dedo num cemitério de azulejos. A cumadi adora tudo que é Vintage. Veremos o resultado. Mariana.



| Posted in inspirações_banheiros | Posted on 15.6.09
Um cômodo cada vez mais requisitado pela atenção dos proprietários e alvo da criação arrojada e corajosa de decoradores e arquitetos é o banheiro. Segundo suas especificidades de significado, é um cômodo controverso e até polêmico; a necessidade do banheiro individual ou com acesso a um único quarto (suites), por exemplo, varia culturalmente.
Uma amiga e talentosa arquiteta que mora na França escreveu-me num e-mail:"(...) Mas o que eu te disse que a gente gostou muito daqui é que aqui quase ninguém tem suite. Os banheiros são comuns à todos e isso faz a gente ganhar um espaço enorme. Nunca vi, brasileiro tem a mania de banheiro, né? Dai tem um pra cada um, e os gastos com tubulação, louças e metais é extrondoso!(...) Ah, e o banheiro aqui é separado da ducha... o que eu acho bom tb, assim não tem fila!"| Posted in Portifólio, residências | Posted on 11.6.09
qual Roberto Burle Marx. Se fosse pra contar o tanto de histórias que essa obra rendeu ...| Posted in arquitetura | Posted on 9.6.09
Não sei se amo. Não sei se odeio. Achei essa foto sem querer, num blog. Não entendi. Parecia que a imagem estava distorcida. Que nada. Isso é arquitetura. Uns doidos poloneses projetam e levantam esses prédios malucos. O nome do arquiteto bam-bam-bam da hitória é Szczepan Szotynski. Quem conseguir pronunciar ganha um doce. As obras têm influência art nouveau, bem kitsch. Essa da foto me remeteu a Alice no país das maravilhas, sem dúvida. 
| Posted in residências | Posted on 9.6.09
Eu procuro projetar vivenciando cada espaço criado como se fosse pra eu mesma morar. Às vezes isso fica complicado, principalmente quando não existe muita afinidade entre o cliente e o arquiteto. Ainda bem que foram poucas as vezes em que eu me vi num dilema assim. De qualquer forma, projetar residências é um desafio enorme, tendo em vista que a casa é quase sempre a concretização de um sonho, o marco de uma conquista na vida das pessoas; esse é um peso com o qual temos nós, arquitetos, de conviver.
Qual a necessidade deles? Uma casa pequena (109 m²), térrea, cravada num terreno de 600 m², com muito verde ao redor. Uma suite, um quarto-ateliê, uma bela cozinha inspirada nas receitas de Nigella, uma sala com pé direito duplo e amplos janelões de vidro e madeira. Chão de cimento queimado e ladrilho hidráulico. Um home-theater no centro da casa, para servir a intimidade e conforto do casal e, quando oportuno, a reuniões e jantares com amigos. | Posted in receitas de arquiteta | Posted on 9.6.09
Gripe tem suas vantagens. Dei um tempo na administração das obras, fiquei mais em casa e resolvi pepinos pelo telefone; estou fazendo o possível para ficar longe da poluição, da poeira de obra e sarar mais rápido. Fiz um chá pra amenizar os sintomas da gripe. Fervi dois copos de água filtrada com 2 dentes de alho amassados e descascados e um pedaço generoso de gengibre fatiado. Depois de cinco minutos, adicionei folhas de hortelã e um raminho de alecrim, desliguei o fogo e abafei a infusão. Adocei com um pouco de açúcar mascavo e mandei ver. Numa pesquisa rápida na internet, cheguei a conclusão de que a mistura desses ingredientes pode diminuir o número de vírus da gripe no organismo, ou pelo menos cuida para que eles não se multipliquem fazendo a gripe evoluir. Também pode colocar meia pimenta dedo de moça sem sementes para ferver, mas eu não tinha a dita em casa.
Bom. Peguei minha xícara e vim para o computador estudar um projeto no Archicad (estou fazendo um curso e pretendo abandonar de vez o autocad). Encontrei minha irmã Fabiana (a minha sócia nesse blog) no messenger e conversamos um pouco sobre a viagem que ela está prestes a fazer, no próximo final de semana. Ela prometeu colocar aqui todas as coisas belas, úteis, inovadoras e inspiradoras que conhecerá na Europa, mais precisamente em Frankfurt, na Alemanha; visitará também a Itália e a Austria. Mariana.
| Posted in Área de lazer, pocket garden | Posted on 9.6.09
O que seria um pocket garden? Com essa expressão em mente projetei minha primeira obra em Ribeirão Preto: um área de lazer num espaço de 35 m². O conceito remete, óbvio, a jardins ou, mais especificamente, a paisagismo de pequenos espaços. No caso dessa obra, tratava-se da construção de uma área para churrasco, de uma piscina-spa com queda d'água, de um banheiro (com lavatório, bacia e chuveiro) e de uma ducha externa. Pensei na criação desses espaços tendo como preocupação o diálogo de tudo isso com o verde, com uma área destinada também a plantas e elementos paisagísticos, valorizada pela iluminação natural e artificial. O desafio maior era então contemplar todos esses desejos e necessidades da família num espaço aparentemente exíguo, sem pesar o ambiente, deixando-o funcional, agradável e acolhedor. Tarefa difícil não fosse a simpatia e paciência dos proprietários. A obra foi realizada durante os primeiros meses de 2007. Mariana.
| Posted in | Posted on 8.6.09
Esse negócio de blog requer não apenas dedicação, mas também muita coragem! Pelo menos para mim, que ainda estou começando a me familiarizar com esses esquemas virtuais, postagens, etc, etc, etc... Mas vamos lá. Com carinho e paciência (requisito básico de quem nos seguir ou acessar o blog de vez em quando) vou persistir nesse "trem publicatório". Boa sorte para nós! Mariana.Top 10 do blog
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Post: Mariana
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Obra: área de lazer - churrasqueira e deck Área útil: 47,00m² Início da obra: Março de 2009 Término da obra: Maio de 2009
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(FOTO ACIMA: http://www.andreamonteiro.wordpress.com/ ) Sempre que posso dou uma andada pela Itália, pela França, por países e lugares inte...
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Tenho buscado também em sites e blogs de arquitetura e decoração inspiração para os projetos em andamento. Aqui vai um pouquinho do que tenh...
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Coisa difícil ter que reformar um projeto sem ao menos tê-lo visto finalizado. Há tempos uma residência foi idealizada para um casal jovem q...
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Pastilhas, de vidro ou cerâmicas, são revestimentos versáteis. Podem ser aplicadas em paredes retas ou curvas, em bancadas de banheiro ou de...










